Luca passa do choque à vergonha e não consegue perceber o que fez de errado. Por vezes, quando joga, deixa-se levar, mas nunca ultrapassa certos limites e tem a certeza de que não quebrou nenhuma regra. Tenta contactar a Anna, mas descobre que foi bloqueado. Depois, tenta contactar o Andrea, mas também ele não lhe responde. Alguns dos seus outros amigos online parecem mais comunicativos: alguns vêem-no como um herói, outros ignoram-no e insultam-no, enquanto outros ainda o apreciam, apelidando-o de Dr. Jekyll porque, apesar da sua genuinidade e alegria, parece esconder um lado negro. Luca não consegue perceber o que é que pode ter mudado de um dia para o outro. Não percebe porque é que nem o Andrea nem a Anna lhe respondem, até que um dos seus amigos lhe revela a triste verdade: aparentemente, há algumas noites atrás, ele publicou conversas privadas entre si e Anna, e não só isso, mas também gozou muito com ela, enquanto o Andrea parecia defendê-la. Os amigos enviam-lhe as capturas de ecrã da conversa e ele passa de vermelho como um pimento a pálido como um lençol: o que aconteceu? E porque é que o Andrea, que estava a tentar defender a Anna, não lhe disse nada? Luca sente-se profundamente envergonhado e não consegue evitar a sensação de que alguém o está a tentar tramar. Sente-se magoado e violado até ao âmago porque, embora o videojogo seja “apenas um jogo”, o que não é um jogo é a relação que agora receia ter perdido com a Anna e com o Andrea.
